O Governo de Santa Catarina manteve sigilo ontem sobre a transferência dos presos que são apontados como responsáveis pela onda de ataques que tem assombrado o estado nas duas últimas semanas. Um dos destinos prováveis de alguns dos líderes da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) é o presídio federal de Mossoró. Além da unidade potiguar, as outras três prisões federais do Brasil poderão receber os criminosos. Até o fim da tarde de ontem, o destino deles ainda era sigiloso.
Na sexta-feira passada, a Polícia Militar de Santa Catarina havia confirmado 100 ataques criminosos praticados pelo PGC. Os crimes começaram no dia 30 de janeiro deste ano. De acordo com as informações divulga-das pelo Governo do Estado catarinense, veículos foram incendiados e foram disparados tiros e jogados co-quetéis molotovs contra prédios públicos. Pelo menos 30 cidades foram afetadas em SC.
No Rio Grande do Norte, nenhuma autoridade quis comentar sobre a possível vinda dos líderes da facção criminosa. No presídio federal do RN, o silêncio era a ordem da casa. Essa postura, aliás, faz parte das medidas de segurança que são adotadas pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), que mantém todas as suas operações em absoluto sigilo. Somente após a chegada dos presos às unidades federais é que o Governo Federal confirma oficialmente à imprensa.
Foi assim quando os presos do Rio de Janeiro, apontados como os mentores de uma série de ataques seme-lhantes a estes que estão ocorrendo em Santa Catarina, foram transferidos para o presídio federal de Mossoró, em março de 2010. Chegaram ao estado no fim da noite. Apesar das inúmeras especulações veiculadas pela mídia, a confirmação oficial veio só após o desembarque dos membros do Comando Vermelho (CV), facção criminosa responsável pelo comando de vários morros no Rio de Janeiro.
No fim da tarde de ontem, segundo o site Globo.com, o Governo de SC havia confirmado o pedido de apoio ao Governo Federal para sanar a crise que tem sido enfrentada pela segurança pública. A Força Nacional, que é composta pelos melhores policiais de vários estados brasileiros, desembarcou ontem no estado. Ela irá atuar também no processo de transferência dos bandidos.
100 ATAQUES
Ontem, no décimo sétimo dia de ataque, a PM havia confirmado o centésimo ataque. Os dois últimos foram registrados na madrugada de ontem.
PRISÕES FEDERAIS
Os presídios federais começaram a funcionar no Brasil a partir de 2006, quando a primeira unidade foi inau-gurada. Hoje o país conta com quatro unidades de segurança máxima, esperando pela quinta, que funcionará em Brasília (DF).
Além da unidade construída em solo potiguar, há ainda uma em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO). Todos foram construídos com a mesma estrutura, projetada para garantir o isolamento dos chefões do crime organizado. A medida foi tomada com o objetivo de auxiliar as unidades prisionais estaduais, que enfrentavam sérios problemas para conter os líderes. Mesmo presos, eles continuavam exercendo comando.
Fonte: Cidade News Itaú
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