sexta-feira, 21 de junho de 2013

Governistas elogiam 'respeito' na fala de Dilma; oposição vê 'obviedades'



Veja como o pronunciamento da presidente repercutiu no meio político.
Ela falou em cadeia de rádio e TV devido às manifestações desta semana.

Parlamentares governistas e de oposição fizeram avaliações diferentes do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e TV, motivado pela série de manifestações desta semana em várias cidades do país.
Para oposicionistas, são "obviedades" e "palavras soltas ao vento". Líderes governistas consideraram que a fala "manifestou respeito à mobilização social" e um discurso "firme, humilde, respeitoso e propositivo".
Leia abaixo.
Álvaro Dias, senador (PSDB-PR)

“Esse modelo de discurso é que levou o povo para as ruas. São palavras soltas ao vento. Ela deveria vir a público e dizer que ouviu a voz das ruas e que adotará as seguintes providências: reduzir para 20 os ministérios e fazer uma reforma ministerial. Os atuais ministros estão aquém do país. Ela também não cumpriu a reforma tributária e deveria anunciar a destinação de 10% dos recursos públicos da União para a saúde, além de fazer uma auditoria para verificar o superfaturamento dos recursos da Copa do Mundo. O país está gastando mais que nas três copas anteriores. Ela só anunciou hoje o que já foi anunciado antes. Ela também não disse qual a providência que o governo vai adotar contra a violência. Só fez um discurso contra a violência.”

Arlindo Chinaglia, deputado federal (SP) e líder do PT na Câmara

“Ela manifestou respeito à mobilização social e, mais do que isso, abriu a possibilidade de, buscando entender as reivindicações, ter ações do governo federal coordenadas com os governos estaduais e municipais. Ao mesmo tempo, ela deixou claro que as manifestações são bem vindas, mas têm que estar dentro dos limites da legalidade. Ela deixou claro que todos têm direito desde que respeitados os direitos dos demais. Acho que ela, ao tomar a iniciativa de fazer o pronunciamento, ela se orientou pelo respeito, o diálogo e pelas ações que ela pretende reforçar. Ela procurou dar racionalidade a um movimento que tem um grau de espontaneidade muito grande. Com relação à violência cometida por parte dos manifestantes, acho que ela foi prudente, foi clara, sem precisar elevar o tom de voz.”

Eduardo Braga, senador (AM) e líder do governo no Senado

“Foi muito bom o pronunciamento. Acho que foi firme como deveria, humilde, respeitoso e, ao mesmo tempo, propositivo. Ela apresentou propostas, ações, respostas aos clamores da população. Eu acredito que agora deverá haver uma redução da violência. Acho que a partir de agora a população tem uma resposta importante. Havia um primeiro momento em que tínhamos que ouvir os reclames da população. Sabíamos que haveria uma grande mobilização com demandas para toda a classe política ontem. Ouvimos isso com muita atenção, com muito respeito, mas é preciso entender que essas manifestações são legítimas, mas é legitimo também a segurança da população, o patrimônio público,  a propriedade privada.  A presidente Dilma deu garantias de que esses direitos serão firmemente garantidos pelo governo.”

José Agripino Maia, senador (RN) e líder do DEM no Senado

“Achei que ela falou uma série de obviedades. Fez uma análise superficial do comportamento dos manifestantes. Ela não disse o que o Brasil gostaria que dissesse. Gostaria que ela dissesse que pediria aos presidentes do Legislativo que pautasse a destinação de 10% dos recursos da União para a saúde. Eu ficaria feliz com isso porque seria um compromisso claro do governo. Ela também poderia pedir ao presidente do Supremo que acelere o processo de conclusão do julgamento do mensalão, para que os culpados sejam punidos. Aí sim acho que o povo daria crédito ao pronunciamento. Foram falas sem consequências. O povo espera atitudes. Foi uma fala analítica e que não corresponde ao esforço que os brasileiros fizeram para demonstrar a insatisfação.”

G1

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