Os mossoroenses que ainda sonham em comprar carro novo podem encontrar preço baixo no mercado por mais dois meses. Na manhã de ontem, 24, o Ministério da Fazenda anunciou a prorrogação do corte de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros até o fim do ano.
Com a medida, o Governo deixará de arrecadar R$ 800 milhões nesse período e terá a contrapartida de manter o nível de emprego e redução de preços para o consumidor. Em Mossoró, as concessionárias estão lucrando e tendo boas vendas.
Segundo Érico Fernandes, diretor comercial de uma concessionária em Mossoró, a medida do Governo em manter a redução do IPI foi acertada. Ele conta que antes da redução o mercado estava parado e agora as vendas estão bem satisfatórias.
“O mercado automotivo representa cerca de 20% da indústria brasileira. Antes ele estava parado, mas agora as vendas bateram recordes. Este ano tem sido muito lucrativo”, afirma.
Com desconto de R$ 2 mil a R$ 5 mil, os carros populares com o motor 1.0 são os mais vendidos. Érico revela que 40% das vendas estão associadas aos carros econômicos como Palio, Celta, Corsa, Uno e Gol.
Para os dois últimos meses do ano, o diretor comercial espera que as vendas sejam maiores do que em 2011. Ele confessa que os meses de novembro e dezembro são por natureza meses de boas vendas e que com a ajuda da redução do IPI devem bater recordes.
“A redução do IPI é boa para todo mundo, não é só as concessionárias que lucram. As lojas de carros usados também saem ganhando. A estimativa é que para cada carro novo vendido são vendidos 3,5 de carros usados. Se forem vendidos 100 carros novos são vendidos 350 usados”, destaca.
Conforme os dados da Associação Brasileira de Concessionária, repassados por Érico Fernandes, o número de veículos novos vendidos este ano no Estado tem sido maior do que no ano passado. Em 2011 foram vendidos 33.784 carros no Estado, isso incluindo carros de todas as marcas, mas sem contar com ônibus e caminhões.
Sem contar com a redução do IPI, de janeiro a setembro de 2011, foram vendidos 24.793 novos carros, enquanto que no mesmo período deste ano - contando com a redução do IPI - foram vendidos 28.147 novos carros. Um aumento de 16,5 nas vendas.
“Os números mostram que a opção de reduzir o IPI fez efeito e aumentou as vendas. De um mercado parado para quebra de recordes. A expectativa é que mais carros sejam vendidos até o fim do ano”, finaliza o diretor da concessionária.
Para o professor Sérgio Holanda, a atitude do Governo em manter a redução de IPI faz com que os brasileiros que não conseguiram comprar o carro até agora mantenham o sonho de adquirir um carro novo.
Ele acredita que o pagamento 13° salário de muitas pessoas será utilizado na compra de veículos. “O IPI já está perto de acabar e isso vai fazer com que muita gente compre um carro novo. O preço está bom e se der uma apertadinha no orçamento dá para comprar”, garante.
Carros no Brasil ainda são mais caros que no exterior
Apesar da redução de IPI, os carros no Brasil ainda são mais caros que no exterior. Na garagem de casa, o carro pode até ser o mesmo de americanos, europeus, argentinos ou japoneses. No entanto, o preço certamente é bem diferente.
Margem de lucro maior, impostos elevados, altos custos de mão de obra, de logística, de infraestrutura e de matérias-primas, falta de competitividade, forte demanda e um consumidor disposto a pagar um preço alto ajudam a explicar o porquê de o veículo aqui no Brasil chegar a ser vendido por mais do que o dobro que lá fora.
Levantamento em cinco países — Brasil, EUA, Argentina, França e Japão — apontam que o carro brasileiro é sempre o mais caro. A diferença chega a 106,03% no Honda Fit vendido na França (onde se chama Honda Jazz).
No Brasil, o carro sai por R$ 57.480, enquanto na França, o veículo equivale a R$ 27.898,99. A distância também é expressiva no caso do Nissan Frontier vendido nos EUA. Aqui, custa R$ 121.390 — 91,31% a mais que os R$ 63.450,06 dos americanos. O Jeep Grand Cherokee básico custa R$ 179 mil no Brasil, enquanto, por esse valor, em Miami, é possível comprar três unidades do modelo, que custa US$ 28 mil.
Fonte: GAZETA DO OESTE
Fonte: GAZETA DO OESTE
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